Porque é que a calibração é necessária para aplicações GxP?
A calibração é essencial em ambientes regulados por GxP (Boas Práticas de Fabrico (BPF), Boas Práticas de Laboratório (BPL), Boas Práticas de Distribuição (BPD), etc.) para garantir a exatidão dos dados, a conformidade e a qualidade do produto.
Conformidade regulamentar
Os regulamentos GxP (FDA, EMA, OMS, etc.) exigem calibração para manter a fiabilidade da medição.
A não conformidade pode resultar em avisos regulamentares, recolhas de produtos ou consequências legais.
Qualidade dos produtos e segurança dos doentes
Muitos produtos farmacêuticos e biotecnológicos (por exemplo, vacinas, produtos biológicos, APIs) exigem um controlo ambiental rigoroso.
Os desvios de temperatura no armazenamento podem causar a degradação do produto, reduzindo a eficácia e a segurança. Exemplo: Se uma vacina for armazenada a 10°C em vez dos 2...8°C exigidos, pode tornar-se ineficaz.
Integridade e rastreabilidade dos dados
A calibração exacta garante que os dados registados são fiáveis para estudos de estabilidade e libertação de lotes.
Sem calibração, o desvio do sensor pode levar a registos de monitorização ambiental imprecisos, tornando inválidos os dados de libertação de lotes.
Risk Mitigation
A calibração baseada no risco impede que os desvios afectem a segurança do produto e a conformidade regulamentar.
A identificação precoce de desvios evita potenciais perdas financeiras decorrentes da rejeição de lotes ou de recolhas de produtos.
Assegura a validação contínua do processo em ambientes GxP.
Melhoria contínua e eficiência
A calibração de rotina melhora a eficiência do processo ao minimizar os desvios relacionados com o sensor.
O acompanhamento automatizado da calibração ajuda a otimizar os calendários de calibração com base no desempenho real do sensor.
A manutenção preditiva pode ser implementada através da análise das tendências de desvio e da redução do tempo de inatividade.
Quais são as melhores práticas?
O Guia de Boas Práticas GAMP®: A Risk-Based Approach to Calibration Management (Segunda Edição) fornece orientações abrangentes sobre o estabelecimento de um sistema de gestão de calibração que se alinha com as expectativas regulamentares GxP. O guia enfatiza uma abordagem estruturada e baseada no risco para garantir a precisão e a fiabilidade dos instrumentos críticos para a qualidade do produto e a segurança do paciente.
Principais recomendações
Avaliação do risco dos instrumentos: Classifique os instrumentos com base no seu impacto na qualidade do produto e na segurança do paciente. Esta avaliação ajuda a dar prioridade aos esforços de calibração, concentrando os recursos nos instrumentos com maior risco.
Gestão do programa de calibração: Desenvolver um programa de calibração estruturado que inclua:
Procedimentos de calibração definidos
Intervalos de calibração programados
Critérios de aceitação
Processos para lidar com condições fora da tolerância.
Documentação: Manter registos completos de todas as actividades de calibração para garantir a rastreabilidade e a conformidade. A documentação deve incluir:
Implementar procedimentos para lidar com instrumentos que falham a calibração ou que se encontram fora da tolerância. Isto inclui avaliar o impacto na qualidade do produto e tomar as medidas necessárias para mitigar quaisquer riscos.
Melhoria contínua: Rever e atualizar regularmente o sistema de gestão da calibração para incorporar novas tecnologias, alterações regulamentares e melhores práticas da indústria.
Ao seguir estas recomendações, as organizações podem garantir que os seus processos de calibração são eficientes, estão em conformidade e estão alinhados com as normas actuais da indústria.
O exemplo da calibração de sondas em frigoríficos
O Guia de Boas Práticas GAMP®: A Risk-Based Approach to Calibration Management (Segunda Edição) recomenda uma abordagem baseada no risco para calibrar sondas em frigoríficos utilizados em ambientes GxP (por exemplo, indústrias farmacêuticas, biotecnológicas e de cuidados de saúde). As principais recomendações incluem:
Intervalo de calibração
Programação baseada no risco: A frequência deve ser baseada no impacto de um desvio de temperatura na qualidade do produto.
Intervalos típicos:
Anualmente: Recomendação padrão para ambientes estáveis
Semestral ou trimestralmente: Se o frigorífico armazena produtos de alto risco (por exemplo, vacinas, produtos biológicos)
Monitorização em tempo real com análise de desvios: Algumas organizações efectuam uma monitorização contínua e ajustam os calendários de calibração com base nos desvios observados
Método de calibração
Comparação com um padrão de referência:
Utilizar um termómetro de referência rastreável e de elevada precisão (calibrado de acordo com as normas ISO 17025).
A referência deve ter uma precisão melhor do que a da unidade (dispositivo/sonda) a calibrar.
Colocar a sonda e o sensor de referência num meio estável em termos de temperatura (por exemplo, tampão de glicol ou ar).
Medir pelo menos dois pontos dentro do intervalo de funcionamento (por exemplo, 2°C e 8°C para um frigorífico médico, que são valores próximos dos pontos de regulação de funcionamento do frigorífico).
Calibração no local versus calibração em laboratório:
É preferível efetuar a calibração no local para minimizar os efeitos da remoção do sensor.
Se utilizar um laboratório de calibração, assegure a rastreabilidade e a requalificação aquando da reinstalação. A PST dispõe de uma gama de laboratórios de calibração ISO-17025 em todo o mundo para efetuar calibrações acreditadas.
Critérios de aceitação
Definir limites de tolerância com base em requisitos regulamentares e necessidades de estabilidade do produto. A tolerância típica para muitas aplicações é de ±0,5°C; no entanto, isto pode variar consoante a aplicação específica.
Se estiver fora da tolerância, efetuar uma avaliação do impacto para determinar se os produtos armazenados estão comprometidos.
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